Quem vai para a outra margem desse rio,
não vai para a outra margem do rio,
esse se expande feito o universo
que se expande a medida que avanço no espaço,
quanto ao tempo,
fica a ilusão de que existe
dentro do processo de existir sobre muitas formas e estados.
A consciência transpassa a margem do rio da morte,
e sei que não existe margem para o rio da morte,
o rio da morte e o rio vida se trançam e são a mesma coisa,
de certo modo de olhar,
como uma rua após a outra,
um rio após o outro,
um desaguar no universo
e ser a perpétua existência em estados e formas distintas.
A eternidade é o perpétuo desaguar no oceano cósmico,
ser deixado na praia,
ser levado pelo mar.
A consciência paira sobre tudo,
feito voz sem corpo, é o som consciente de Ser.
J.Nunes