O governo dividiu o seu país em classes e subclasses,
Os mais ricos estavam na classe A,
Os menos ricos estavam na classe B
Os pobres estavam na classe C,
os mais pobres estavam na classe D,
os miseráveis estavam na classe E;
porém as classes ainda estavam divididas em subclasses,
A+ rico e culto, A- rico e sem cultura,
B+ menos rico e culto, B- menos rico e sem cultura,
C+ pobre e culto, C- pobre e sem cultura,
E+ miseráveis cultos, E- miseráveis e sem cultura.
Os critérios do Governo para considerar um indivíduo culto
era a sua aceitação ao sistema de Governo e sua política;
por esses critérios eram distribuídas as oportunidades e as riquezas.
Muitos indivíduos eram realmente "equivocados sinceros"
muitos outros eram demagogos, hipócritas e oportunistas;
Aqueles tidos como incultos pelo governo
eram sinceros a suas convicções
e não se vendiam em troca de benefícios e oportunidades;
esses conseguiam se manter nas classes e até mesmo subir
na classe dos incultos com muito sacrifício e astúcia,
porém jamais fariam parte da elite culta do país.
O Governo do país não ignorava que entre as classes não havia equilíbrio
e que não era possível o relativismo
e o nivelamento nem mesmo dentro das classes;
haviam conflitos, aflições, invejas, sofrimentos, dúvidas, doenças, indiferenças, disputas...
dentro de todas as classes e nas subclasses das classes,
Os indivíduos não atendiam rigorosamente aos parâmetros de cidadão perfeito,
segundo os padrões do governo.
Para resolver as questões o governo adotou um critério muito objetivo:
Aceitar, não questionar e militar a favor do governo.
Os equivocados sinceros são os melhores cidadãos;
porém não participam do jogo,
simplesmente porque não compreendem o jogo.
Quando o Governo percebeu, na prática, que era impossível
unificar os indivíduos e ao mesmo tempo
representar a todas e atender a todas as diferenças dentro dos grupos,
o Governo criou o critério da Manutenção do Poder
pela aceitação do indivíduo ao Governo.
O individuo passava a ter a sua individualidade respeitada
a partir do momento que aceitava defender o Poder vigente.
Era uma espécie de conversão que garantia o perdão, a liberdade e a oportunidade.
O Governo do país pensou que havia encontrado uma ideologia perfeita para sua nação,
no entanto, dentro das classes cultas começou surgir a cobiça,
a inveja, o medo, a ganância, a intriga...e, naturalmente, ocorreu separações
dessas classes cultas em cultos radicais, cultos moderados
e cultos equivocados que não sabiam que tudo é um jogo de retóricas;
O que está ocorrendo naquele país é que os tidos como incultos
estão aproveitando os excessos ideológicos dos "equivocados sinceros"
e estão criando uma forma de Poder que se pauta no mérito do trabalho,
no respeito à individualidade, na sanidade e na coerência,
sem precisar da conversão à ideologia imposta pelo governo.
J.Nunes