O homem está no mundo para lutar
contra sua própria natureza,
e controlar a natureza exterior,
não mais que o suficiente
para que possa existir e sobreviver.
O homem está no mundo para olhar com diferença
esse, ou aquele sistema que vive dessa dualidade;
um olhar além do bem e do mal sobre o sistema
é um olhar que vê a necessidade de dualidade no mundo
para que justifique esse ou aquele sistema.
Uma relativa comunhão de ideia destrói esse e aquele sistema.
O homem é cego no mundo
quando ele é engrenagem de qualquer sistema,
a consciência de existir no mundo sem fazer
parte de uma máquina social
dá ao homem solitude, integridade e espírito livre.
A história está nas engrenagens dessa máquina dualista
que faz a causa e efeito, e isso é tudo.
Esse homem de solitude passou pelo balcão do hotel
no momento em que a rua foi tomada por protesto;
passou por ele tão indiferente quando um pássaro
sobrevoando essa multidão.
Nunes