A LITERATURA IMPARCIALISTA FOI, NO PRINCÍPIO, UM TRABALHO DE LITERATURA PARA A FACULDADE DE LETRAS E PÓS GRADUAÇÃO.
As poesias Imparcialistas de José Nunes Pereira foram escritas de 2006 a 2016, com o propósito de fazer a leitura do contexto contemporâneo.
Movimento Literário Imparcialismo: Os 20 poetas Imparcialistas
MOVIMENTO LITERÁRIO IMPARCIALISMO
A literatura para o novo contexto tem como objetivo criar a literatura que seja a leitura do homem contemporâneo com todas suas dores, aflições, medos dúvidas, conflitos, alegrias, sensações, comportamentos, sentimentos e pensamentos.
O Imparcialismo é a poesia para a Era da Informação, para um novo contexto histórico em que um cidadão negro chegou ao poder nos Estados Unidos, para esse tempo em que há uma democratização do conhecimento, para esse de sincretismo, para esse tempo de multiculturalismo e globalização, para a mulher emancipada, poderosa e engajada, para esse tempo de sexo fácil descompromissado com o coração, para esse tempo em que o homem é degenerado, desmotivado pelo sexo fácil, desorientado e conflituoso, para esse tempo em que a mulher tem o poder e a liberdade, mas ainda assim, está presa na própria condição de ser mulher, para uma geração desorientada, sem regras e limites, para esse tempo de aquecimento global, consequências do capitalismo, do consumismo e da industrialização, para escassez de recursos, para o possibilismo social, para a virtualidade, para consciência ecológica, para o catastrofismo, para esse tempo de conservadorismo cristão em oposição as novas ideias de humano, para esse tempo em que tudo é moldável e está sujeito ao gostos das multidões, em que tudo é moldável inclusive as ideias de um Deus, para um tempo de frouxidão moral e ética, para um tempo em que tudo está a venda e tudo é adaptável. Temos tudo para todos os gostos, para esse tempo de experimentações genéticas, homens metrossexuais resultados do poder e da liberdade da mulher etc.
A ideia de imparcialidade está mais ligada à ideia de número impar do que a ideia de imparcialidade no seu sentido denotativo. O imparcial é aquele que sobra depois que se forma pares ou parcialidades, os que sobram são os poetas imparcialistas, que podem olhar o mundo que nos rodeia sem as identificações que não nos permite olhar sem distanciamento histórico.
A exclusão tem uma conotação positiva quando olhada por esse lado. O modernismo é medido pelo avanço tecnológico, sendo assim, não terá um fim.
Os três níveis de Imparcialidade
· O primeiro nível de Imparcialidade é o distanciamento e a não identificação com o contexto, para que seja possível a observação e o relato desse tempo. Chamado de imparcialidade por causa da auto exclusão, que faz possível a observação da contemporaneidade. O primeiro nível é o mais importante porque representa a unidade entre os artistas Imparcialistas.
· O Segundo nível é o distanciamento, a não identificação e a imparcialidade consigo mesmo e com a sociedade.
· O terceiro nível de Imparcialidade é o distanciamento, a não identificação com contexto e a profundidade espiritual e psicológica.
José Nunes Pereira
Os 20 Poetas Imparcialistas de J.Nunez
Octavio Guerra
Jonas Corrêa Martins
Abílio Santana
Saulo Menezes Castro
Hermínio Vasconcelos
Abdias de Carvalho
Murilo Santiago
Francisco Medeiros
Salomão Alcantra
Darci Costa
Josias Maciel
Saturnino Queiros
José Nunes Pereira
Cícero Fernández
Albano Morais
Pedro Nunes Ribeiro
Silvino Ramos de Castro
Mathias Ferro
Carlos Ferreira Santos
Juscelino Andrade
J.Nunez
José Nunes Pereira
Poeta pós-graduado em literatura, escreve em vários sites na internet, possui algumas poesia publicadas em livros, participou de alguns eventos culturais na cidade de Marília onde reside e trabalha professor de língua portuguesa e língua espanhola.
Na literatura, atualmente se dedica a escrever uma poesia que faça a leitura do homem contemporâneo, essa poesia é chamada de O Imparcialismo: Poesia Para o Novo Contexto.
Entre muitas características ressalto que O Imparcialismo é escrito por 20 poetas ou 20 pseudônimos; para que assim torne possível criar um Movimento Literário e a diferenciação de suas mais variadas tendências e estilos literários, outras características marcantes nessa literatura é a Métrica Imparcialista, os temas, o vocabulário atualizado, o engajamento na construção da literatura que faça a leitura do homem moderno e o seu Cronopoema ou Cronoconto, que é o fazer literário tendo como base os acontecimentos do dia. A estética desse estilo é formada de poema, prosa, conto, crônica e jornalismo. O propósito maior do Imparcialismo é a valorização humana, o retorno da estrutura na arte, na alma e na sociedade.
O imparcialismo não faz críticas, e sim relatos, leituras da realidade e constatações imparciais dessa realidade; esse conceito de imparcialidade é apropriado a nossa Era da Informação.O Imparcialismo é a literatura para esse tempo de globalização, multiculturalismo, democratização do conhecimento, acesso a notícia , mudanças climáticas, Era da Informação, emancipação da mulher, formação de uma geração com muito conhecimento tecnológico e pouco alma e pouco coração, para esse tempo de mudanças econômicas, degeneração e regeneração do homem contemporâneo, tempo de preocupações individuais e coletiva etc. Podemos notar na literatura imparcialista conceitos de possibilismo social, bucolismo urbano, novos padrões na psicologia do homem moderno, novo comportamento social da mulher emancipada, novos conflitos íntimos que brotam nesse homem novo, em que o homem velho e tradicional persiste como uma necessidade autoafirmação.
Características do Imparcialismo:
· onirismo
· cosmopolitismo virtual
· bucolismo urbano (descompromisso, leveza)
· fatalismo
· imparcialismo
· possibilismo
· globalismo cultural
· multidisciplinalidade
· multiculturalismo
· amor analítico
· observador imparcial, sem distanciamento histórico.
· franqueza
· ambientalismo
· pensador livre
· ocultismos
· realismo interior
· abstrato e subjetivo
· regeneração
· catastrofismo
· conservadorismo livre
· sincretismo
· auto exclusão
. cronopoema ou cronoconto
No Imparcialismo as características e a temática se fundem dentro do estudo do novo contexto para a literatura.
O contexto histórico:
• Democratização da informação (acesso ao conhecimento)
• Independência e ascensão social através do conhecimento.
• Possibilismo: os caminhos possíveis para se atingir o sucesso.
• Capitalismo, as possibilidades de exploração e criação de mercados.
• Cosmopolitismo virtual acesso a outras culturas virtualmente.
• Manipulação do conhecimento e da cultura (dizer o que um certo grupo de pessoas deseja ouvir)
• Igualdade dos sexos.
• Descompromisso sexual, traição virtual
• O homem metrossexual, o homem desconhece seu papel dentro da sociedade
• A falta de conquistas e estímulos no homem atual (sexo fácil)
• O progresso da mulher e suas desilusões pessoais
• Sensacionalismo absurdo, exploração da noticia da pobreza etc. (arena virtual, palco virtual, indústria da informação)
• Observação sem distanciamento histórico (imparcialismo)
• Novo vocabulário para o novo contexto
• O multiculturalismo
• Guerra cibernética.
• Consciência ambiental
• A desinformação da informação.
• Catastrofismo reflexo dos desastre ambientais.
• A tecnologia e a exclusão do homem. (desvalorização do homem)
• O intercambio cultural (prevalece à cultura mais forte, sem que aconteça invasões territoriais)
• Globalização cultural (acesso a todas as culturas e a toda forma de conhecimento)
• Distanciamento da cultural entre as gerações (desrespeito a experiência de vida)
• Cultura com base meramente na posse e no consumo.
• Desvalorização do ser humano e suas virtudes.
• Igualação em valor hierárquico entre a criança e o adulto (cultura do consumo, da posse e da tecnologia)
• Objetivação do homem (onde o homem é apenas meios para se atingir metas)
• Subjetivismo abstrato (o conhecimento não é vivenciado nem aplicado está apenas no campo das ideias)
• A sociedade do prazer e do entretenimento ( capitalismo, sociedade que busca a satisfação e tem repudio ao sacrifícios.
• Não ficcional (o grande avanço da tecnologia tirou de nós a ideia de ficção)
A Métrica na poesia Imparcialista
O poema Ciclo de Octávio Guerra e outros poemas é o estudo para uma nova estética, uma nova forma, um nova temática, um novo contexto histórico. As inovações que ocorrem na métrica são realizadas através de letras e palavra e que considera o substantivo composto como uma única palavra dentro do poema, porque representa um único objeto. Todos os versos devem possuir a mesma quantidade de palavras, salvo o verso imparcial que deve ser livre e fora da estrofe, este verso imparcial deve representar os dois pontos de vistas, os dois lados, dois conceitos, preferencialmente, sem que oscile.
O poema se compõe de duas estrofes que devem terminar sempre em número par e com a mesma quantidade de versos em ambas as estrofes, neste poema e entre as estrofes deve haver o verso imparcial que representará as duas estrofes, este verso deve ser único livre e imparcial.
O número de palavras ou letras na métrica do verso é livre de um poema para outro, porém deve obedecer ao mesmo número de letras e palavras em todos os versos, em um determinado poema. E ainda o número de palavras ou letras deve resultar em um numero par. Do mesmo modo que o verso imparcial abrange as duas estrofes, o titulo também deve abranger as duas estrofes para que aja imparcialidade.
Esta característica de imparcialidade faz possível a leitura das estrofes separadamente, tornado o verso democrático e imparcial. No poema inovador de Octávio Guerra a soma das duas estrofes e do verso impar é um número impar, para que assim sobre um verso que é o verso imparcial.
Para orientar a leitura o poema imparcial deve conter o titulo e o tema abordado, assim dá maior facilidade de leitura e interpretação. O distanciamento de campo semântico no verso é outra característica que resulta da era da informação e da democracia do conhecimento. Por de trás da estética e da forma do verso imparcialista escondem os conceitos de liberdade, justiça, democracia, igualdade, direitos, individualidade, coletividade, imparcialidade, possibilidades e flexibilidade. O que vem a reforçar esta visão de direitos iguais e democracia que não é um novo contexto, mas fatos que representam estas mudanças no cenário mundial. A eleição do primeiro presidente negro da historia da política nos Estados Unidos é um dos fatores que reforçam esta inovação para um novo contexto mundial. Não podemos esquecer que o tema abordado é um acontecimento e uma preocupação constante na sociedade.
Pode se notar na Poesia Imparcialista o multiculturalismo e a globalização presentes na Era da Informação. O que representa aqui a teoria da métrica imparcialista é o poema de ABÍLIO SANTANA. Esse poema revela a emancipação e o poder da mulher, e deixa clara a inversão da ordem clássicas das coisas.
Abílio Santana é o poeta que representa a degeneração do homem atual, é o homem entregue ao sexo casual e a liberdade sexual permitida pela mulher. Este poeta é consequência da emancipação da mulher e de suas conquistas de poder. Representa ainda o homem entregue aos seus instintos sexuais, é na verdade o homem desmotivado pela facilidade de conseguir sexo sem precisar provar seus valores, sua honra e seu merecimento.
Meios
Nem mesmo o espírito santo,
Nem o vento frio
Entrou por está janela
Trazendo o pólen fértil.
Então sem medo algum
Pouse em minha flor
Aberta para a noite,
Livre de pudor cristão.
Sexo não é mais necessariamente reprodução
Fujo desta mulher viúva negra.
Depois da ejaculação precoce,
Tenho medo de mulher
Que consome minha seiva,
Me usa com crueldade...
Depois fecha a flor
E recolhe o pólen,
Sem ereção sou inútil.
Abílio Santana
J.Nunez
O Cronopoema ou Cronoconto Imparcialista
É UM TEXTO QUE FAZ A FUNÇÃO DE CRÔNICA DO DIA, COM A ESTÉTICA DA POESIA, DA PROSA DO CONTO E DO JORNALISMO. O CRONOPOEMA É UMA CARACTERÍSTICA DOS POEMAS IMPARCIALISTAS.
Cheiro da Fossa
Levantaram a tampa da fossa,
Deixando em Brasília
Esse inigualável cheiro de bosssssssque.
Quem abriu a boca, quem ousou destampar à fossa...
E remexer na merrrrrrrcadoria secreta.
Quem é que se importa com a opinião pública?
Estamos na democracia, e a confundimos
Com falta de vergonha na cara.
Você me diz o que pensa,
Eu faço de conta que não é comigo,
Que não “sei de nada...”
E assim fazemos um país cada dia mais cínico.
Não sou nem pouco romântico, sei do jogo de poder,
Mas também não precisamos ser tão desavergonhados,
Precisamos de um pouco de virtude,
Mesmo que sejam elas cristãs,
Com tudo, ainda nos sobra uma qualidade,
A ética, esse decoro não nos deixa ser injustos
Com nossos companheiros de cumplicidade.
Você não “me enche o saco” com seu civismo barato,
Quem se importa com a opinião pública?,
Ela não passa de um cachorro de rua,
Velho fraco e desdentado.
Quem se importa com esse povo sem atitude,
Com esse povo que é colonizado e colonizador de si mesmo.
Você não “me enche o saco” com seu civismo frouxo
Senão eu te mando ir tomar no cu...
Igual o Chico Bento na nova gramática,
Igual ao senador na entrevista.
Em fim! Relaxa e goza!
Porque se querer resistir,
Vai doer muito mais que está doendo agora.
Salomão Alcantra
J.Nunez
POETAS IMPARCIALISTAS
Saulo Menezes Castro poeta da integração com à natureza, da ciência sem cálculos e da filosofia sem teses e teorias. Poeta do envolvimento e da dança com os átomos, poeta da fusão do homem consigo mesmo, da individualidade, da consciência de existir e da integração com o universo, poeta da vivencias holística, onde o homem é apenas uma pequena parte, um único membro desse corpo infinito e universal.
Espaço Vazio
Voar é caminhar sem chão,
Pousar é descansar asas,
Existir é preencher espaços,
Pensar é viver o passado
Ou adiar as incertezas do que virá,
Calar é existir dentro da eternidade.
O monge de manto amarelo
Chega ao silêncio, transcende o nada;
Contempla à eternidade...
O espaço é faminto, e engole universos...
O espaço vazio entre o passado e o futuro,
É o instante, é a eternidade...
O espaço vazio, é a prova
Da existência do nada,
Nada é tão pequeno que não ocupe espaço,
Nada é tão sólido que não tenha vazio.
O nada é o espaço vazio,
Que ainda existe, mesmo que preenchido.
A medida entre uma coisa e outra,
É apenas à medida entre uma coisa e outra,
Porque o espaço é infinito...
O espaço é ocupado ou desocupado,
Mas ainda assim, continua existindo.
Caminhar é preencher espaços,
E o ponto de partida
Desta caminhada sem chão,
É sempre depois de uma queda.
Saulo Menezes Castro
J.Nunez
Murilo Santiago poeta da revelação do que está oculto em nosso interior, poeta que arranca à força nossos pensamentos e sentimentos mais secretos, poeta que não se interessa pelo que você demonstra ser, e sim pelo que você esconde, poeta que se interessa pelo que você é no mundo dos sonhos e em seu mundo particular, poeta das profundezas mentais, poeta que revela o que é mais repugnante em nós, poetas sem sutilezas e delicadezas interior, poeta dos conflitos íntimos e das coisas não reveladas.
Amores Virtuais
Seus amores impossíveis
São de fato seus corpos intocáveis,
Seu erotismo não realizável,
Seus desejos incontidos,
Seus fetiches, suas imagens e seus fantasmas
Que perturbam seu corpo.
Seus amores acabados
Deixou o gosto na lembrança,
Deixou a sensação nos sentidos.
Agora depois de consumado
Você diz que amou,
Talvez de fato tenha amado
Em meio a corpos e amores
Intocáveis e impossíveis.
É provável que tenha amado
Ou apenas consumado desejos
Em corpos tocáveis e possíveis.
Murilo Santiago
J.Nunez 18-07-09
Abdias de Carvalho poeta da estagnação, da poeira assentada, da falta de perspectiva, da baixeza moral, da atrofia, da revolta calada, do silêncio dos excluídos, da ruminação furiosa e secreta, da repugnação, da repetição angustiante, da falta de oportunidades, da linguagem repugnante. Esse poeta representa o abandono, o deixar se onde está. Neste poeta não ha incertezas, e, mas sim eterna imobilidade. Esse poeta não representa uma condição, esse poeta é um lugar, ou os lugares onde sempre houve e sempre haverá a estagnação seja ela social, cultural, ambiental etc.
Esse poeta é a agonia do inferno.
Doença
Eu, o desenganado, contemplei no espelho,
Com uma tristeza de morte, os sintomas
Desta doença prosaica e incurável
Que vai definhando o meu corpo.
Contemplei:
Um brilho estranho em meus olhos,
Um tremor em minhas mãos,
Um sangue frio em minhas veias,
Uma perturbação nos sonhos,
Um pensamento único e constante
Como se eu fosse um suicida,
Uma sensação de alegria extrema,
Ou uma explosão de desespero,
Um esquecimento de meu corpo,
Um entorpecimento dos sentidos,
Uma perca de apetite e por consequência
Um emagrecimento assombroso
E uma fome insaciável não sei do que,
Um ódio crescente e incontido,
Um sentimento terno e doce, como se eu
Já estivesse envolto nas asas do anjo,
Uma ânsia de último suspiro,
Um êxtase de caminho onírico,
Um foco no pensar e sentir,
Um olhar distante e embriagado de ilusões,
Uma insônia que põe solidão
E tormenta em minhas noites
E olheiras nos meus dias de espera,
Uma respiração acelerada e sufocante,
Uma dor no peito, que me faz rolar na cama,
E navegar noite adentro, solitário e esquecido,
Uma sensação de morte,
Um desbotamento da vida,
Um aperto no peito, por não saber chorar,
Uma fluidez nas coisas sólidas,
Um olhar alagado de tristezas,
Um inesperado frio no baixo ventre,
Um caminhar desnorteado e displicente,
Um suor excessivo nas mãos trêmulas,
Um calor sobre o frio em todo o corpo,
Uma face e um sorriso congelado,
Um suspiro de alegria,
Uma fome adolescente de vida,
Uma palavra entalada na garganta,
Um grito sufocado pelas suposições,
Um grito arrebentado e inconsequente,
Um arrependimento inconfessável,
Um sentimento embalado por música,
Um vírus que contagia com palavras suaves,
Com gestos de pura devoção,
E com o conteúdo da carne e da alma.
Um tornado de sentimentos que varre o chão
De minha mutável paisagem interior.
Um sufocamento de não chorar,
Quando dor é demais,
Enrudece á alma e seca os olhos.
Eu, o desenganado abandonou
Meu corpo ali num canto da casa, até que morra,
Desta doença de amar sem ser amado.
Abdias de Carvalho
J.Nunez
Francisco Medeiros poeta conservador dos bons costumes, da moral, da coerência com a vida, da dignidade, da caridade cristão e da decência , qualidades que ainda são manifestadas no ser humano, mesmo neste tempo de liberdade sexual e sexo casual. Este poeta é vítima da inversão de valores e das degenerações sexuais e morais que são vistas hoje como progresso e evolução. Representa os que na sociedade mesmo sem manifestar sua opinião são inflexíveis. Esta virtude que se vê neste poeta, é na verdade fruto de uma dura disciplina, está conduta perfeita não é gratuita, é uma constatação de que este é o melhor caminho para a humanidade. O conservadorismo é contrario as conceitualizações que busca desvalorizar o que está estabelecido como certo e construir conceitos e verdades que são favoráveis as sua fraquezas e degenerações.
Matizes
Matizes têm a cor
Matizes têm o amor
Matizes têm a dor
Nas folhas um tom
de verde
Nos olhos o tom
da verdade
Do que de fato se sente
Nem tudo resiste
Por causa da intensidade
da cor
Não digo o mesmo do amor
Não digo o mesmo da dor
As cores das roupas
No varal
A tonalidade do azul
Nunca é igual
A intensidade do amor
de cada casal
É matiz do amor
Que nunca é igual.
Francisco Medeiros
J.Nunez
Nascente
Senhora de minha vida
Agora e sempre salvadora
Agora e sempre esperança
De sempre eterna subida
De sempre temida caída
De cravada lança
A lança deste amor
Que é sempre eterno amor
Sempre eterna dor
Sempre eterna pena
Do sofredor
Sempre almejada sina
Sempre eterno transbordar
De mim para o mundo
Sempre eterno espalhar
De mim sofrendo
De mim calado
De mim amando
Para o doente
Sem esperança
Para á faminta criança
Para o homem que a si consome
Para quem de mística tem fome
É tu a nascente
Deste amor de furiosa corrente
Que tudo leva, que tudo arrasta
Que para o mal a mim mata.
Francisco Medeiros
J.Nunez
Salomão Alcantra poeta da crueldade consigo mesmo e com a sociedade em geral, da crueldade imparcial e da autoanálise. Neste poeta não há crítica, e sim relatos e constatações, nele ainda vemos qualidade ocidentais como: objetividade e praticidade. O poeta segue a imparcialidade jornalística e a ética de nossa era da informação, sua franqueza é crueldade e força, seu lema é encarar-se a frio.
Inconcebível
O dia amanheceu ensolarado por aqui.
Dois drinques sobre o móvel da sala, o que sugere?
Sussurros abafados vindo do quarto
Com a porta entre aberta, o que sugere?
Dois corpos nus banhados de sangue, o que sugere?
Se o marido caminha na ponta dos pés,
Com o coração na boca e os olhos dilatados
Pelo medo da verdade e a fúria, o que sugere?
O sangue escorreu pela casa e passou as soleiras das portas
Para denunciar dois assassinatos e um suicida.
Dony pegou em fragrante o inconcebível aos seus olhos
De homem degenerado.
Dony esqueceu que vivemos na Sodoma
Da liberdade de expressão e das liberdades sexuais.
Ela bem que tentou explicar com aquela frase de filmes e novelas:
_ Não é bem o que você está pensando.
Dony é do tempo do Getúlio Vargas, por isso fatalista e suicida,
Mas o Dony certamente não vai entrar para a história,
É só mais um marido traído nessa manhã na manchete no jornal.
O Dony não entende!
O amor é assim incompleto e inacabado como a escultura de Rodan,
Porém completo aos olhos de quem ama e vê apenas o essencial.
Não concordo com o editor desse jornal sobre a mesa,
Está manchete é muito clichê,
Quem deveria ser notícia de primeira página
É o marido da ministra; enquanto ela trabalhava
Ele comprava filme pornô em uma TV a cabo e com o dinheiro público.
Ele sempre fez isso, mas em tempo de crise é que abrem o bico
E aparecem crimes, fraudes e corrupções que se vê todos os dias.
Os Estados Unidos era perfeito e um exemplo até a pouco tempo,
Agora está parecendo a mulher do Dony.
Salomão Alcantra
J.Nunez
Ornamentos
Trouxe rosas vermelhas
E um verso doce e emprestado
Do poeta Francisco Medeiros:
“O acaso deixou para nós dois a noite mais linda que houvera.”
Meu verso não é tão clichê .
Se eu falar de amor
Será sem figuras de linguagem,
Será sem metáforas,
Será um pouco mais diet.
Meu amor é na verdade
Uma tormenta entre as pernas,
Um olhar guloso e incontido,
Um remexer de quadris.
Meu amor é sem ornamentos,
Meu amor não é de sonhos,
Meu amor é necessidade dos instintos,
Meu amor carrega o peso morto da vida.
Ela ainda quer um príncipe,
Então, preciso de ornamentos e um verso
Do poeta Francisco Medeiros.
Não importa os meios, tudo tem o mesmo fim.
Salomão Alcântara
J.Nunez
Jonas Corrêa Martins é o poeta do misticismo, do ocultismo, da experiência consciente em metafisica e da vivencia da espiritualidade. É o poeta deste tempo de liberdade religiosa e de cultura globalizada, tempo de multiculturalismo em que as religiões se fundem no conhecimento esotérico. É poeta sem corpo físico e suas vivencias são metafisicas. Poeta da subjetividade objetiva e do realismo abstrato consciente, sua poesia em nem um momento é fluxo inconsciente de pensamentos e por mais abstrato que possa parecer, neste poeta existe a vivencia desta realidade metafisica.
Não se deve confundir suas experiências fora do corpo físico com meras construções e malabarismos semânticas, é ainda mais grave confundi-lo com subjetivismo inconsciente.
O guardião do fogo sagrado
Naveguei nas correntes astrais
Transpassei coisas sólidas
Ignorando tempo e espaço,
Desprezando os desertos da alma
Procuro o mestre Serápi Bey
Conjurei homens de túnicas,
Perguntei ao povo onde
Está senhor do fogo...
Até que encontrei um menino
Que acreditei ser o grande disciplinador.
Ele disse: _Eu também te procurava.
Jonas Corrêa Martins
J.Nunez
Espiral
O cão não respeita a lei de gravidade
O cão sem asas flutua em meu encalço.
Sou plumas e sangue que escorre metafísico
Pelas veias da terra.
Sou pedra e plumas
Que o cão morde o calcanhar.
Flutuo em um sonho lúcido,
Retorno consciente com tudo na memória.
Deixa que a vida se estenda
Até o pé da morte
Que é o inicio de uma nova espiral,
Ou a extensão de uma linha reta
Que é a eternidade.
Jonas Corrêa Martins
J.Nunez
24/02/2009
Otacílio guerra é o poeta da imparcialidade, da inclusão social, do ambientalismo e das consequências do aquecimento global. Este poeta é o criador de uma nova métrica, uma nova estética, uma nova forma, de uma nova temática e um novo contexto. A estrutura de sua poesia representa a imparcialidade de nossa era da informação.
Ciclo
(ambientalismo)
Era ainda muito burguês,
Era ainda muito bucólico.
A margem do riacho
Que desce a montanha
Ela estendeu a toalha,
Serviu refresco e castanha
Serviu geleia e Pão de Centeio.
Passaram a manhã inteira
Entre beijinhos sem língua,
Promessas de amor patético
Que desconhece o tempo.
O paraíso é uma extensão do inferno.
Tarde, o céu enegreceu.
O chão ficou encoberto,
De corpos carbonizados, fuligem...
A montanha vomitou fogo,
Fumaça, vapor, lama, enxofre...
No riacho corre lavas,
Chuva ácida, água incandescente.
O vulcão trouxe o inferno
Para está superfície bucólica,
De um sonho americano,
Que não conhece limite.
Octávio Guerra
J.Nunez
Hermínio Vasconcelos é o poeta bucólico urbano, é a passividade com a vida, é à frouxidão moral ,é a flexibilidade moral, e o leviano e a leveza da vida sem regras, é a moralidade individualizada e com base apenas na índole pessoal. É o poeta do submundo, porém é mais um observador da vida degenerada que um homem próprio destas regiões de baixezas morais.
Este poeta simpatiza com as baixezas humanas porque vê e reconhece nos homens este estado que está sempre escondido nas aparências. Talvez seja uma espécie de amor incondicional aos homens. Hermínio Vasconcelos é um poeta que transitaria se quisesse entre as mais variadas classes sociais, porém, decidiu viver entre as baixezas humanas porque certamente reconhece em si todo tipo de inferioridade.
Este poeta representa a liberdade absoluta que tirou do homem o direito de ter opinião e conceito de certo ou errado. É o poeta de um tempo que em a liberdade é tanta que tudo é preconceito, de um tempo em que a ter opinião é preconceito, formando assim a ditadura do despreconceito. O poeta têm suas opiniões, porém, reservadas para si mesmo. Sua poesia revela que ele vivencia e se esbalda da liberdade sexual conquistada pelas mulheres, é neste ponto que ele se mostra mais leviano.
Frio de medo
(bucolismo urbano)
Por hoje me deixe...Largado à própria sorte.
Vista sua roupa, pegue suas chaves na estante,
Não esqueça nada que tome espaço,
Depois saia na ponta dos pés,
Não bata à porta para não espantar
Meu quase um sono.
Por hoje me deixe...
Você já pousou em meu corpo,
Roubou meu néctar,
Agora rouba meu dinheiro
E, por favor, vá embora, me deixe à deriva.
Mas não pise muito forte em meu chão,
Sou água estagnada, poeira assentada
E posso facilmente emergir.
Por hoje me deixe...
Largado nos escombros,
Sai sem abrir a porta,
Não ponha a mão em nada,
Para que não desalinhe o caos.
Por hoje me deixe...
Você já me usou, como um lenço de papel
Que se guarda no bolso,
Agora pegue o que mais desejar,
E, por favor, vá embora,
Mas se esqueça lá dentro do meu coração,
Porque sou parasita e posso a qualquer hora,
Precisar de você.
Por hoje me deixe...
Não precisa fazer cerimônias,
Porque eu também não faço cerimônia...
Você já arrancou de mim o que lhe interessa,
Agora por favor, vá embora,
Sai antes que o dia amanheça,
Ou sem que à claridade entre e espante
O meu frio de medo.
Hermínio Vasconcelos
J.Nunez
Darci Costa representa a razão por de trás da razão, sua poesia arranca a mascará para mostra o rosto, é o poeta da análise psicológica, e das associações de pensamentos, sentimentos e sensações. Sua poesia busca decifrar e revelar o pensamento oculto atrás dos sentimentos e das atitudes, por este motivo esta poesia representa o jogo da mente, o desengano e a análise profunda de nosso mundo interior. Para esta poesia o sentimento deve ser analisado e o que sobrar, talvez, pode até ser chamado de amor. Esse poeta representa as sinapses entre os neurônios, entre o pensamento e os sentimentos. Esse poeta é o caminho que percorremos em nosso interior, consciente, indiferente ou não ao que de fato colocamos em ações praticadas.
Pretexto
(analítico amoroso)
Não vou ficar justificando meus erros,
Não preciso de palavras que dizem mais que a verdade,
Não vou dividir entre nós dois,
Nossas verdades e nossas mentiras.
Nós já conversamos e nós desentendemos ainda mais
E cada palavra dita abre um novo desencontro.
Não precisa perdoar, afinal não faz muita diferença
Te amar ou te odiar, de qualquer forma é uma maneira
De ter você, é um jeito de me sentir presa,
É um modo de me sentir sua.
Não precisa perdoar, afinal o perdão é indiferença
E põe um fim em tudo que é confuso e vivo,
Porém concordo que às vezes é preciso perdoar
Para que você me engane outra vez
E assim eu continuo te amando e te odiando ainda mais.
Não pense em consertar, deixe assim com está,
Prefiro os pretextos para te ver
Que os encontros marcados,
Porque é assim que nosso amor continua vivo...
Não conte os momentos felizes, sei que foram poucos,
Não conte os momentos tempestuosos sei que foram muitos,
Não há que se importar, afinal de qualquer modo,
São momentos que contam nossa historia.
Não quero diferente, é assim que nosso amor vive, e pronto...
Darci Costa
J.Nunez
Josias Maciel é o poeta do homem idealizado, o poeta da potência, da virilidade, da regeneração do homem desmoralizado , desmotivado pelo sexo fácil e casual. Neste poeta encontramos a mulher com suas qualidades e virtudes naturais e não uma imitação do homem que é naturalmente vil. É o poeta das regenerações, da fertilidade, da virilidade sem machismo, da potência, da pureza sem puritanismos e da expressão masculina, da clareza, da concentração e objetividade masculina, das virtudes sem encenações, da linguagem solta e direta. Este poeta é a oposição à feminilidade, as vaidades do homem atual e a desmoralização do homem.
Fertilidade
Diz à lenda que as estrelas
Foram feitas da ejaculação de um deus,
Mas os deuses não ejaculam,
Gozam de eternidade e não ejaculam.
Os deuses se consomem em si
Feito o dragão que come a própria calda.
Um deus é abismos com fome
De profundezas e eternidade.
Um deus é fogo que se consome.
Se eu fosse um deles
Existiria tanto...que agonizaria te existir.
Os deuses não ejaculam. Estão tudo se cria
Porque tudo mais ejacula
E navega no vento, vai nas asas de um morcego
Ou de um passarinho
E viajam no tempo e no espaço
Sem conceito de pecado capital,
Fornicação e adultério.
Josias Maciel J.Nunez
Albano Morais, poeta da rigidez cultural, da essência do ser humano, do caminho único, da objetividade da vida e do espírito, da rigidez dos valores, da moralidade e da ética, poeta da inflexibilidade do conhecimento, poeta da seleção cultural para a elevação do corpo e da alma.
O Esfacelamento da humanidade
O cristo foi despedaçado porque era de barro,
A igreja se moldou aos tempos,
Os homens se esfacelaram no modernismo,
As mulheres perderam a essência,
O conhecimento é só mais um produto capitalista,
A arte é subjetiva e tola,
A humanidade adora o bezerro de outro,
E endeusa a grande rameira,
A juventude não possui caminhos,
A infância perdeu o presente e o futuro,
Os velhos estão fora desse tempo
E são seduzidos pela grande rameira,
As mentiras são verdades confortáveis...
As verdades são adaptadas aos prazeres,
A ética e a moral estão abaixo da felicidade,
Os grandes segredos da humanidade
Se tornaram produtos de bem estar físico e autoestima...
Albano Morais
J.Nunez
Pedro Nunes Ribeiro: O poeta da disciplina militar, da consciência no ato de realizar, da organização, da ordem, da hierarquia, dos valores, das virtudes, da honra, da lei , da ética, da civilidade, da cidadania, da ordem, da prática, da estrutura, da seriedade, do peso da palavra, do alinhamento físico, do trabalho, da fidelidade, do sacrifício, da causa para o bem comum, do autocontrole, do alinhamento de espírito.
Esse poeta é uma oposição clara à destruição dos valores humanos, ao nivelamento da sociedade, a indisciplina, a displicência, a destruição da estrutura, dos limites e da ordem e as entregas aos sentidos e aos vícios na sociedade do prazer e do entretenimento.
Pedido de Casamento
Nos olhamos por um longo período
Disfarçando o olhar a todo o momento,
Estudando como chegar
E as palavras que poderia ser ditas naquela ocasião.
A estratégia estava pronta
Não havia tempo para mais um ensaio.
Faltava coragem para caminhar até aquela moça
Que poderia ser minha futura esposa.
Ela, entre os seus pais, tios, avós, primos e irmãos...
Segura e graciosa sorria com naturalidade,
Pertencia a um mundo que eu desconhecia.
Quando caminhei rumo àquela mesa posta
Para a Ceia de Natal, estava zelando um pacto
Sem que houvesse pronunciado uma palavra,
Um pedido de casamento...
Ela abaixou a cabeça, depois tomou coragem e me olhou
Eu estava ali, um estranho dentro do seu mundo,
Fui convidado a sentar no lugar
A mim reservado pela mão do destino...
Levantei os olhos encontrei seus olhos
Olhando-me com o mais profundo amor.
As palavras ensaiadas deram lugar
A fala mais singela e mais sincera que eu poderia dizer:
Quer se casar comigo! E viver dias felizes
Ao lado desse homem que te ama!
_ Sim, ela respondeu
Entre um sorriso e uma lágrima que diz tanto...
Pedro Nunes Ribeiro
J.Nunez
José Nunes Pereira poeta das dores clássicas, em sua poesia o homem é o mesmo e padece das mesmas dores que padeceram nossos antepassados, poeta da tristeza dos amores impossíveis, poetas das partidas, das perdas e dos sentimentos que machucam. Nesse poeta somos mais humanos e sofremos de amor, esse poeta revela que em nosso interior, apesar do modernismo e do sexo casual e dos relacionamentos desassociados de sentimentos, no fundo de nossas almas somos os mesmos e padecemos de amores impossíveis. O seu sentimentalismo e seu sofrimento por amor revela que ainda temos muito de Romeu e Julieta em nós.
Os três estados físicos do amor
Eu te amava de maneira sólida
Você foi se distanciando,
A vida te levou por outros caminhos
Estão o amor se tornou menos denso
E passei a te amor de maneira liquida.
Depois de tanto tempo distante
Confesso que ainda te amo,
Mas de maneira tão dispersa
Que diria que te amo quase que gasosa.
É certo que o amor muda de estados físicos
Porém nunca morre,
Se o acaso trouxer você de volta
Voltarei a te amor solidamente
E a sofrer densamente...
José Nunes Pereira
J.Nunez
Eu não te espero...
As cartas de amor estão guardadas,
E o amor que eu sinto também está guardado
Ou deixado aqui em algum lugar do meu peito
Esperando que eu te esqueça...
Eu já nem tento mais...
Parece impossível deixar de amor você.
As cartas de amor amareladas pelo tempo
Falam de amor para sempre e promessas de felicidade
Mas a única coisa que persiste é esse amor
Que fez da minha vida caís de porto
De onde nada parte e nada chega para ficar.
Nem sei mais se sofro ou não...
O que sei é que não vivo,
O que eu sei é que não morro,
O que eu sei é que você não vai voltar,
O que eu sei é que a vida fechou seus olhos
Para os nossos sonhos de amor eterno e felicidade...
Eu não te espero, eu só não vivo...
José Nunes Pereira
J.Nunez
Ainda posso ler em seu olhar
Agora é tarde para pensar
Se foi demais ou não,
Me deixar ao sopro dos acontecimentos.
O tempo passou tão devagar,
E a porta esteve sempre aberta
E meu coração ao seu dispor,
Mas você não quis voltar.
Agora é tarde para se arrepender,
Não me faça mais promessas,
O frio adormece minha mão,
E a noite esta chegando a meu olhar.
Apesar de tudo, ainda tenho forças
Para dizer, que nunca deixei de te amar.
Sofri, chorei, fui tão infeliz,
Cada segundo sem você.
Não se esforce tanto para dizer,
Ainda posso ler no seu olhar,
Aquelas palavras que a distância calou.
Agora me deixa fechar os olhos,
Não seque esta lágrima,
Não acalente esta dor,
Sempre chega hora de partir,
Mas nunca é tarde, deixe cair
Sua lágrima incontida.
Agora não interessa quem estava certo,
Apenas deite em meu peito,
Deixe que eu adormeça,
À noite esta chegando a meu olhar,
Então apenas sinta
O que eu não posso mais dizer...
José Nunes Pereira
J.Nunez
Cícero Fernández esse poeta representa o homem contemporâneo em busca do equilíbrio entre sua vida particular e o trabalho, entre a natureza e a industrialização, esse poeta representa esse homem contemporâneo buscando o equilíbrio e a harmonia em todos os setores da vida. É poeta de geração industrial, sua visão holística da vida e do trabalho é realmente muito produtiva para esse tempo em que buscamos a harmonia e o equilíbrio. Esse poeta não faz criticas improdutivas, mas sim busca mostrar nos um possível caminho.
Visões Holísticas
O sol que desce por de trás das residências populares
Harmoniosas e enfileiradas, projetadas e justas...
Esse sol que cai por de trás dessas casas
Deixa sua luz de fim de tarde sobre as sementes
No topo dos capins que nasce a beira das calçadas.
A cor lindamente rosada que de longe desvulgarizam
As sementeiras do capim que nasceu
Nas rachaduras das calçadas.
Andei duas quadras a mais numa manhã de domingo,
Numa manhã em que o ainda pensa
Em apontar sua cara para um novo dia,
Em uma dessas manhãs vá até a Praça José Hermógenes
E sinta o vento, a natureza, a rotação da terra e da lua,
O voo dos pássaros o balanço do mar,
Em fim, o seio desse universo que respira,
Tudo nos movimentos harmoniosas do Tai Chi Chuan.
Hoje é meu dia de índio, aos sábados e domingos eu sou índio,
Eu sou biologicamente um pouco índio,
Não só pelo fato de ser um brasileiro naturalmente mestiço,
Mas também pelo fato de eu ser holístico
E respirar com o mesmo pulmão do universo,
Amanhã é segunda feira, vou para o trabalho com
Essa minha visão holística empresarial,
Assim eu sou atemporal holístico.
Cícero Fernández
J.Nunez
Saturnino Queirós poeta do que é fundamental, poeta das horas extremas, da força e da persistência, poeta do essencial, do extremamente necessário e da luta. Sua linguagem sintetizada expressa a sua concentração no essencial, seu foco no que é primordial.
Ele é o reflexo da nova ordem mundial, de um tempo de escassez de recursos, de um tempo em que há uma luta individual e coletiva por um mundo melhor e uma necessidade de realização. É o poeta do extremamente básicos e essenciais para nossas vidas. Esse poeta representa as virtudes essenciais do homem: coragem, fatalismo, força e honra.
Taurus
O touro na arena
Persiste no ataque
Até que o sangue de seu corpo esgote,
Até que sua força descomunal se acabe.
O touro na arena não se entrega a morte.
O matador na arena joga com a sorte,
Porque hoje é o dia do touro.
Não facilite porque certamente
Não sou o tempo todo
Touro Ferdinando que cheira flores,
Tem sempre uma abelha para me enfurecer.
Sou do exercito do Rei Leônidas
Portanto meu esforço é incalculável.
Não sou o boi castrado,
Não sou o touro imolado,
Sou criação de Vulcano
deus do fogo e da forja,
Tão feio quanto à realidade do ser humano.
Não morreria sem antes lutar até exaustão,
Porém, me entregaria de alma e coração,
Para reservar um mistério ou um segredo.
Sou essencialmente touro,
Vencedor quando vencido.
Saturnino Queiros
J.Nunez
Silvino Ramos e Castro O poeta que representa sociedade que ignora tudo, em nome do prazer, do desejo e do entretenimento. Silvino Ramos e Castro é o poeta que mais próxima, e que mais representa a sociedade contemporânea, nivelada, sem fronteira, sem estrutura, sem parâmetros e sem limites. O poeta que representa o indivíduo e a sociedade entregue aos prazeres, desejos e vícios, poeta que vem de onde nascem todos os erros, crimes e pecados. Poeta das sensações e dos desejos que absorve os sentidos, a razão, a imaginação, a consciência, os valores, as virtudes, a moral, a ética, as leis, os preceitos e os dogmas; poeta que ignora tudo, e se entrega a escravidão dos desejos, sensações e prazeres. Poeta da bestialidade e da selvageria dos desejos e prazeres.
Sussurros incontidos
Seria o instinto de animal selvagem, ou
A noite silenciosa fazia ouvir o roçar de pele,
A umidade dos lábios e da língua dentro da outra boca,
O barulho dos dedos correndo entre os cabelos
E na penugem da carne exposta com uma doce violência,
O estralar da língua pronunciando palavras excitantes
E da voz mastigada pelos gemidos,
Em corpo submisso que domina quando se entregar.
Olhos cobiçosos entre frestas,
Buraco da fechadura e cantos escuros,
Boca com fome e sede sanguinária,
Mãos violentas e assassinas à estreita,
Corpo trêmulo de perversidade e cio,
O desejo de tão intenso fazia quase palpável,
O desejo de tão forte aguçava o olfato,
Mente, razão e consciência alterada
Pela fome insaciável nos sentidos,
Pelo ódio que o fez impotente.
A porta bateu depois de uma despedida sussurrada
Um corpo seminu voltou para a cama,
Sorvido do que houvera.
A porta bateu e os olhos cobiçosos saíram das sombras,
Para satisfazer o desejo depois do desejo de olhar.
Fúria e palavras obscenas; um corpo violentado
E estrangulado depois de cobiçado horas a fio;
Marcas de sexo consentido; concluiu a perícia.
Silvino Ramos e Castro
J.Nunez
Mathias Ferro - O ditador de si mesmo diante do outro, uma postura diante do mundo observado. Poeta do sentido literal da palavra, da inflexibilidade, da dureza, da afirmação, da disciplina, da convicção, da verdade social, espiritual, politica, religiosa e cultural. Poeta que não se entrega ao seu tempo e ao seu contexto. Poeta da consciência de desintegração e insanidade, poeta da unidade individual diante da desestruturação do homem de seu tempo.
Esse poeta cai em um pessimismo com o mundo e com a humanidade; nada espera do outro, apenas observa o processo de desintegração e mantem se consciente.
Diferente de outros poetas Imparcialistas, Mathias Ferro não busca um ponto de flexibilidade no amor, na amizade, no deboche, no humor, na cerimonias e na convivência. Ele é o poeta da imposição de si mesmo sem flexibilidades com o mundo externo.
Eu, inflexível
Eu estou aqui,
No mesmo coração,
No mesmo peito,
Na mesma alma,
No mesmo mundo interior e exterior
De tantos outros...
E compartilhamos o mesmo espirito de luta.
Eu sou aquele que impera sobre si mesmo diante dos outros,
Sou uma imposição a mim mesmo,
Que os outros têm como arrogância,
E de fato é arrogância de quem impera sobre os sentidos.
Não sou improviso,
Sou o que é com a função de ser,
Se eu sou faca, sou inflexível na função de ser faca,
Se eu sou martelo, ou outra coisa de forjar,
Sou inflexível na função de ser.
Os desvios e as flexibilidades destroem a essência de ser eu.
Mathias Ferro
J.Nunez
Autoextermínio
Assisto a grande besta
Consumir a si mesma
Comendo a própria carne com desejo e fúria,
Feito cães ferozes e vorazes comendo a si mesmos.
Olho para o caos
Com a mais completa indiferença e pessimismo fora de mim,
Mantenho a sanidade e não enlouqueço com esse tempo desintegrador.
Caminho pelo mundo,
Fui deixado para trás em um mundo estranho e muito perigoso.
Mathias Ferro
J.Nunez
Sexo é poder
Sexo não é prazer
Sexo é poder.
Quando acaba o prazer
Resta o fracasso ou a gloria.
Sexo é o poder de imperar
Sobre o mundo
E os sentidos do corpo e da alma.
Sexo não é o corpo do outro,
É o seu corpo dominando o poder da vontade.
Mathias Ferro
J.Nunez
Carlos Ferreira Santos, o mais humano dos poetas imparcialistas, o poeta do pé no chão, literalmente, poeta da consciência de existir fixo e das asas do pensamento que tem o corpo físico como ponto de partida e pouso. Poeta da metáfora da consciência de estrutura, da consciência de estar na terra e do prazer de desfrutar da natureza com seu cheiro, cores, sabores e humanismo. Poeta que não se dispersas em um mundo abstrato.
Carlos Ferreira Santos é o encontro da terra e do céu no homem, sem que se confundam, porém tendo a terra, o chão e o corpo físico com o ponto de partida e a consciência de existir fixo e estruturado.
Balões Dispersos
O homem na plateia
Esqueceu de que segurava balões,
Bateu palmas eufóricas
E os balões escaparam de suas mãos;
Sua criança caiu no choro
Enquanto olhava seus balões dispersarem no ar.
Minha imaginação está atada a meu corpo,
Ponto de partida e pouso...
Carlos Ferreira Santos
J.Nunez
Juscelino Andrade, poeta da dualidade da vida, do fim do relativismo em si mesmo, da superioridade e da inferioridade das coisas, da estrutura e da deformação. Poeta que se relaciona com o mundo partindo de seu julgamento de certo e errado, sublime e degenerado.
Sublime
Meus olhos pedem,
Minha boca seca,
Meus suspiros denunciam.
Como uma coisa bizarra
Eu me devoro
Na sua presença.
Ela me olha
Sem dizer uma palavra; diz tudo.
Educação, pudor e compostura a impediu
De ser indelicada com minhas investidas grosseiras.
Um belo e jovem rapaz
Lhe agarrou pela cintura,
Me animou pensamentos eróticos.
Quando vi seu par na dança...
Lindos e sublimes feito um casal de cisnes.
Equivalentes, feitos um para o outro.
Senti no fundo da consciência
Muita vergonha de minha indecência.
Juscelino Andrade
J.Nunez
O Manifesto Imparcialista
1) Não cantaremos os amores que são apenas sentidos e vividos; Eros será antes analisado, observado, destrinchado, e se restar algo, podemos até chamar de amor.
2) Nosso culto não é ao amor, mas a dignidade e a honra.
3) Não pertencemos a nem um tipo de classe social, não tomamos partidos em uma luta, somos o olhar imparcial sobre a sociedade e sobre nós mesmos, somos a observação imparcial que não poupa a si mesmo.
4) Não pertencemos a nem um lugar, não temos pátria no sentido abstrato da palavra, estamos abertos a todas as culturas do mundo.
5) Não temos religião nem verdades absolutas somos guiados pela intuição e a coerência, e estamos em construção.
6) Não vivenciamos tudo que observamos, de quase tudo somos apenas observadores.
7) Não tomamos partido em nada, somos imparciais e o julgamento fica por conta do leitor. Vivemos um tempo perigoso em que a sociedade do prazer é capaz de justificar e dignificar com conceitualização qualquer degeneração, qualquer degradação em nome do prazer e da aceitação da sociedade, mesmo que para isso temos que destruir, reescrever todas as leis, todos os conhecimentos, toda a tradição cultural e tudo que está estabelecido. Tudo em nome da inclusão, do prazer e da aceitabilidade. Seria mais digno ver em nós a realidade interior.
8) Podemos incorrer na imparcialidade parcial pelo fato de tanto dizer.
9) podemos incorrer na hipocrisia da hipocrisia ao explorar um fato ou um tema.
10) Não espere de nós pequenas virtudes e pequenos pecados cristãos, somos sobreviventes, e não nós damos ao luxo de pouca moral e pouca virtude. Nossa maior virtude é a franqueza com nós mesmos.
11) Nossa estética é a medida certa é a coerência na expressão, é a função construtiva da palavra, é a palavra exata, porque qualquer exagero pode levar ao parcialismo, seja para o bem seja para ou mal de um fato ou uma causa.
12) O número impar será o símbolo do imparcialismo, porque o número impar sobra na divisão em duas partes iguais, este que sobra é o observador imparcial é o poeta imparcialista.
13) Se o imparcialismo não for justiça, será ao menos uma maneira imparcial, um olhar de fora. O imparcialista é o excluído que não pertence a nem uma das partes iguais, este que sobra será o poeta imparcialista.
14) Somos pensadores livres, não afirmamos verdades, apenas transmitimos conhecimentos, porque tudo que não é vivido é apenas uma ideia das coisas.
15) Não temos a pretensão de civilizar e salvar ninguém; em nome da salvação e do ato de civilizar, escondem o lucro e o extermínio se culturas inteiras.
16) Em nem um tema, em nem um fato há identificação por parte do poeta, tudo é fruto de seu olhar observador. Vamos na contramão da sociedade quando nos excluímos, essa é a sociedade da inclusão. Em nós a exclusão toma uma cotação positiva porque ela nos torna um olhar que observa, e para observar é preciso estar de fora.
17) Nosso imparcialismo é fruto da Era da Informação, da era do conhecimento da democracia da informação onde todos têm acesso a todas as áreas do conhecimento, portanto se é livre para escolher em que acreditar.
18) A crítica fica por conta da realidade expressa.
19) O nosso posicionamento fica subentendido na justiça e na imparcialidade que relevam pontos positivos e que por vocação por justiça pende para um dos lados.
20) Não temos o menor rigor na opinião; podemos voltar atrás no que foi dito, podemos consertar, o que antes foi declarado, afinal estamos nós construído e somos esboços de nós mesmos.
21) Nossa literatura é responsável; não fazemos ficção com a realidade, nem estamos sujeitos a indústria da informação.
22) auto exclusão, esse é o meio imparcialista de vivenciar e observar a contemporaneidade, é o nosso ponto estratégico. Não perdoamos visões planas da vida, para nós a visão deve ser daqui para lá, de lá para cá, de cima para baixo, de baixo para cima e por todos os ângulos possíveis,
23) acreditamos na imparcialidade dentro da coerência e da sensatez; não somos intransigentes e muito menos inocentes, sabemos que ninguém mata o próprio filho de fome para sustentar o filho do outro.
24) o SIMBOLO imparcialista, entre outras coisas, é uma leitura de nossa conduta imparcial e de nossa auto exclusão. (Leia a análise do Símbolo Imparcialista)
25) nosso objetivo não é ser guia de homens, até mesmo porque não temos essa capacidade, nosso objetivo é revelar o homem a si mesmo, e esse fato faz do imparcialismo arte objetiva.
26) somos imparcialistas quando observamos a nós mesmos, o outro e a sociedade, porém não diga que estamos em cima do muro. O que fazemos quando revelamos o homem a si mesmo sem tomar partido? Estamos deixando a responsabilidade e as atitudes de mudanças que cabe a mim mesmo, a sociedade e ao homem, por isso não mediremos esforços para que você se envergonhe de si mesmo.
27) se alguém aponta em seu rosto uma sujeira; cabe a você a atitude de lavar o rosto
e não ao outro que apontou, somos o que ponta a sujeira. Quando olhar para nós imparcialistas, lembre que somos olhos que te observa.
28) quem for capaz de cumprir esse MANIFESTO, que seja um IMPARCIALISTA.
José Nunes Pereira