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Por que veio tão tarde....


poema de amor

Por que veio tão tarde...

Por que veio tão tarde
A ponto de eu não poder esperar;
Por que veio tão bela
A ponto de ser sublime;
Por que veio tão pura
A ponto de ser intocável;
Por que veio tão rara
A ponto de ser cobiçada;
Por que vive tão longe
A ponto de ser celeste;
Por que está tão perto
A ponto de queimar meu peito;
Por que veio tão luminosa e clara 
A ponto de me fazer cego;
Por que  veio tão amorosa
A ponto de me engolir;
Por que veio tão doce
A ponto de me afogar,
Por que veio tão meiga
A ponto de me embriagar;
Por que brilha tanto,
A ponto de ser estrela;
Por que veio tão sublime
A ponto de ser pecado te querer;
Por que veio tão nobre
A ponto de eu não te merecer;
Por que veio tão viva e alegre
A ponto de por brilho nos meus olhos;
Por que me abraçou com tanto amor
A ponto de me dissipar dentro de ti,
Por que me deu o céu
Para depois me aprisionar no inferno;
Por que me ressuscitou
Para depois me matar piedosamente;
Por que me deu esse sorriso e esse olhar
Para depois ser miragem...
Por que veio...
Por que me trouxe um suspiro de vida
Quando eu já estava  morto.

José Nunes Pereira 

Ilícito

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ILÍCITO

Não precisava vir mais,
Chegou muito tarde...
Me deixou esperando a juventude inteira,
Veio quando eu já tinha me conformado
Com essas ruas e essa gente perdida 
Em drogas e toda forma de promiscuidade...
Veio proibido como coisa ilícita.

O amor chegou prometendo o paraíso perdido,
O sentimento romântico, belo e nobre.
Veio quando eu devia suportar
Todo o peso da vida em meus ombros.
Veio só para mostrar à felicidade perdida,
Veio exibir a beleza do amor verdadeiro.

Veio tão real, mas impalpável feito miragem.
Essa tristeza,  e a dor causada 
Por um amor inatingível
Me faz afundar ainda mais
Nesse viela de gente devassa, 
De viciados e perdidos nos infernos da mente.

Veio prometer o que eu não posso aceitar,
Quanto mais o amor machuca
Mais eu me afundo essas ruelas.
Eu espero que esse amor
Me mostre à saída,
Me abra uma porta para que eu possa
Resgatar-me desses bares 
E lugares de gente depravada, suja
E escravizada pelos desejos.

José Nunes Pereira 

Vai ficando pelo caminho


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Vai ficando pelo caminho

Vai ficando pelo caminho
Bons amigos,
Amor perdido,
Palavras ditas,
Festas e outros momentos felizes...,
Partes do que fui,
Um pouco do que sou,
Lembranças que não deixarão saudades,
Não é porque são coisas ruins,
É que minha minha alma
Só reconhece o amor desapegado e livre.

Vai ficando pelo caminho
Paisagens dos dias de outono,
Flores do inverno,
Rastros de minha vida
E o pouco que eu fiz de bom.
Pelo que fiz de mal
Eu peço perdão.

Sejamos amigos,
Uma fraternidade de almas,
Porque o meu espírito absorve o universo,

Eu ando por essa estrada
Feito um animal esquartejado
Que vai deixando seus pedaços por onde passa,
Cambaleando até cair morto.

Escolhi ir morrendo aos poucos,
Ir deixando tudo aos poucos,
Ir negando a mim mesmo aos pouco,
Ir morrendo em vida.
Quando eu ficar face a face com a morte,
Já estarei tão morte e tão livre...
Que a morte não poderá me tomar nada!
Poderá somente me dar o que desejo:
A morte no corpo velho e inválido.

Essa é minha vingança
contra essa ceifadora indiferente.

José Nunes Pereira 

O Arcanjo Caído

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O Arcanjo Caído

Num tempo que transcende
A cronologia dos homens
Um arcanjo caído
Pelo pecado...
Pagou o alto preço
Por um amor sujeito ao tempo
E as efemeridades da vida.

O arcanjo subiu com supremo sacrifício
As escadas celestiais,
Foi resgatado aos céus
E redimido de seus pecados
De amor proibido a um arcanjo...

Como pode um arcanjo
Perder a eternidade
Por um amor humano,
Por uma mulher
Que tudo que tem a oferecer
É o amor subjugado ao tempo
E as infelicidades da vida.

Talvez fosse ele um arcanjo
Cansado de eternidade,
Talvez fosse ele um arcanjo
Cego de amor...
Na solidão de ser divino
E deixado entre os homens,
E por muito tempo longe da gloria de Deus.

José Nunes Pereira  

Filtragem

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Filtragem 

Vim me deixando pelo caminho.
Vim me deixando entre pedras duras,
Areia, árvores, quedas,
Estradas,
E profundos veios d"água.

Vim batendo, caindo
Sendo filtrado, esquentado e evaporado,
Mas ainda estou impuro,
Não sou fonte de água limpa.

Continuo correndo sobre a terra,
Me limpando, me deixando
E até me sujando um pouco pelo caminho,
Até que um dia eu chegue ao mar
Que replete o céu.

José Nunes Pereira 

LITERATURA ESPIRITUALISTA : O Sanatórios

LITERATURA ESPIRITUALISTA : O Sanatórios: O SANATÓRIO Estou acostumado com os túmulos E caminhos de cemitérios, Mas os sanatórios Ainda são perturbadores, Porque representam...

É preciso descer ao inferno,

quinta-feira, 20 de junho de 2019

O reino dos Céus

É preciso descer ao inferno,
Se conhecer e iluminar-se dentro de suas trevas,
É preciso conhecer o submundo,
As baixezas humanas,
O inferno mental,
Passar pelas provas de lealdade, paciência e amor,
Para depois tentar sair das trevas interiores,
Feito Belzebu;
Subir ao planos superiores da consciência,
O reino dos Céus,
E ser de fato sublime e filho da luz.

Antes de passar pelo fogo,
Antes de sair do inferno da mente,
Não se é nada!

Quem se faz sublime ser passar pela água, o fogo,
E a morte do pecado,
Se engana....
Com a própria casca falsa.

José Nunes Pereira 

Amigos são encontros de almas

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Amigos são encontros de almas

Amigos são encontros de almas,
Afinidades de espíritos;
São espelhos
Que refletem o bem e o mal no outro.

Amigos são encontros sublimes,
São companheiros do caminho,
Mas quase sempre estragamos tudo
Com sentimentos inferiores.

Estragamos tudo,
Feito uma roupa branca e limpa
Deitada na lama...

Se essa for a sua estrada,
Caminharemos juntos,
Lutaremos  a mesma luta,
Se essa for a sua luta...
Meu caminho é de busca incessante
Pela verdadeira liberdade,
Talvez seja você um amigo 
No caminho da unidade.

Se estamos na mesma estrada,
Pode caminhar com meus sapatos,
Pode beber da minha água,
Pode se apoiar no meu ombro,

Pode cobrir se com meu casaco.

Não estragaremos tudo como sentimentos inferiores...
Sejamos sublimes!

Como é o sentimento de amizade.

José Nunes Pereira





CACHORRINHO ALEGRE

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CACHORRINHO EUFÓRICO 

Vou para a vida
Feito um cachorrinho
Alegre, simpático, eufórico e tolo...

Ela retribui minha alegria em revê-la
Com pontapés e xingamentos...

Por toda vida fui esse cachorrinho alegre,
E a vida meu dono que não gosta nem um pouco
De minha alegria aduladora e eufórica,
Muito menos desses meus "olhos pidão"

Meu dono prefere os gatos:
Vira-latas, indiferentes, desprezíveis e ladrões...

José Nunes Pereira

Minha velha juventude

Em outro momento o amor brilhou assim,...
Outras vezes eu quase enlouqueci,
Coloquei na pessoa amada todos os meus ideais,
Pensei que o amor viesse pronto e com um manual...
Logo apareceram outras pequenas discórdias,
Defeitos quase intragáveis,
Desejos irrealizáveis,
Sonhos que não eram meus,
Incompatibilidade de gênero...
Com tudo isso, o amor foi para os bastidores
E sobressaiu o ódio, a raiva por não poder realizar o que foi sonhado...
Em todos esses momentos os princípios morais e a ética
Não me deixou faltar com o respeito...
Mas tudo já está em ruínas, penumbras e escombros.

Dessa vez não vou me deixar guiar pelo brilho de olhos amorosos
Que acendem em mim um desejo de viver o amor
Tão intensamente como quando eu era jovem...
Eu ainda conservo no corpo e na alma a imortalidade do amor
E o desejo de ser livre, sou tão jovem por dentro,
E me sinto ainda muito jovem por fora...

Tão jovem que o amor me arde na pele,
E meu coração ainda deslumbra o fogo, a vida e a liberdade
Porque em minha alma tem ainda o fogo
Que não cabe, que não sucumbe  nessa vida sem tempero e sal...
Deslumbro uma vida intensa de Deus e amor carnal.
Apesar de incontáveis fracassos
Tenho o mesmo sangue nos olhos e o mesmo fogo no coração
De quando eu era jovem e deslumbrava esses sonhos,
Hoje, contados todos como derrotas incontestáveis.

Mesmo que eu desapegasse dos preceitos morais e da ética,
Minha alma e minha mente não me permitiria tamanha ousadia...
A sensatez e a lógica fala mais alto,
A experiência  me faz prudente e cuidadoso...

Foi preciso muitos fracassos para dizer o que vou dizer agora,
De outro modo não seria possível dizer que me sinto
Tão próximo dos jovens por ter que cair tantas vezes
E recomeçar tantas vezes,
Me sinto perto dos jovens porque
A vida me obriga sempre a viver caindo, abandonando o que não deu frutos
E a recomeçar outras projetos como se eu fosse um rapaz de vinte anos.
O fracasso não me permitiu a arrogância e a indiferenças
Dos velhos bem sucedidos e muito respeitados pelo que são e foram.
Eu não fui nada...Logo é descabida qualquer prepotência,
No entanto me sinto tão bem e jovem que  o orgulho, a vaidade e a arrogância
Me são descabidas, até mesmo que eu não tenha nada para me orgulhar.

Confesso que me  incomoda parecer tão jovem
E no fundo tenho essa vergonha de ser um fracasso na vida.

Pensei que posso usar e olhar esse amor de outro modo,
Mas o que é o amor se não uma ilusão e uma idealização da pessoa amada,
Depois o amor exige reciprocidade, e quase sempre quer que o seu amado
Viva em seu mundo...Assim começa as primeiras discórdias,
As diferenças são negociadas, algumas coisas são abandonadas
Até que o amor, a juventude e a liberdade morrem porque perdem o ar...

Eu não perdi o ar porque tenho na alma um fogo incontido.

Não escrevo poemas com a ilusão de que serão lidos,
Só continuo escrevendo para não enlouquecer...
Por causa do fogo do amor e do tédio dos fracassos.

José Nunes Pereira


   



Aos pés do coveiro

O que me importa
Se não  ouvem o que digo,
Se não leram o que escrevi,
O que me importa...
Meus versos não são para ninguém,
São apenas meus reflexos na água,
Minha sombra no chão,
São paisagens abstratas do caminho.
O que importa...;
Morrer é tudo que me resta...
Não guardo nada,
Não conservo nada nos bolsos da alma.
Quem morre deve ser imparcial
Consigo mesmo.
A morte não aceita meia morte..

Meu verso será procurado
Na hora da morte.
Não haverá outro feito,
Tudo que te resta
É o choro aos pés do coveiro.

José Nunes Pereira


O MEU DIA...

O meu dia... 

Não  reserve nada para ti,
Não separe ou preserve por apego,
Coloque fogo em tudo,
Queime tudo...
Nada poderá sobreviver...
Tudo deve ser consumido...
Como no dia que cairá fogo do céu.

Conservei para mim um pecado,
Zelei de um vício,
Em segredo alimentei um diabo.
Tudo porque eu sobro
Nessa apatia do mundo...

Sei que é a hora da morte,
Não se pode conservar vivo
Um ramo em uma  árvore morta.

Não se pode conservar vivo
Um demônio que pertence a uma legião de demônios.

Será o meu dia...
Foi para esse dia que eu nasci,
Só pode ser para esse dia!
Porque até o momento
Eu para nada servi.

José Nunes Pereira 

Conceito de Imparcialidade na Literatura Imparcialista

Conceito de Imparcialidade na literatura Imparcialista : Literatura brasileira