“No princípio era o
Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus; por Ele todas as coisas
foram feitas e sem Ele, nada do que foi feito, houvera sido feito”.
O Verbo
Cai de minha monumental insignificância;
Meus pés estão presos ao chão pela gravidade.
Despertei com a voz de Deus no canto da natureza.
A minha voz,
A voz do verbo não tem chão...
Canto um mantra que ecoa pelo universo,
Põe em movimento a dimensão interior
E leva minha alma
Para além dessa forma, do espaço e do tempo...
O som é Deus que desperta e cria consciências.
A música celestial paira por sobre
Esse tempo perverso que profana o som, a música e a mística.
A palavra sai do útero do verbo
E damos a luz ao bem e o mal.
Carlos Ferreira Santos
J.Nunez
Carlos Ferreira Santos, o mais humano dos poetas
imparcialistas, o poeta do pé no chão, literalmente, poeta da consciência de
existir fixo e das asas do pensamento que tem o corpo físico como ponto de
partida e pouso. Poeta da metáfora da consciência de estrutura, da consciência
de estar na terra e do prazer de desfrutar da natureza com seu cheiro, cores,
sabores e humanismo. Poeta que não se dispersas em um mundo abstrato.
Carlos Ferreira Santos é o encontro da terra e do céu no homem, sem que
se confundam, porém tendo a terra, o chão e o corpo físico com o ponto de
partida e a consciência de existir fixo e estruturado.