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SER

 

Uma pedra,

uma folha,

ou um rio

afirmam que são

mas do que eu me afirmo.


Ser implica em unidade;

o máximo que posso afirmar

é que tenho muitas imagens refletidas em muitos espelhos.


Ser técnico, especialista em alguma coisa

não me faz ser,

logo, não sou nada.

Nessa afirmação não há autopiedade,

e sim desapego da ilusão de ser. 


Faço isso, trabalho com aquilo

mas não sou isso que realizo ou aprendo.

Se digo que sou isso ou aquilo é por falta de outra palavra.


Posso afirmar que sou esse corpo no tempo e no espaço, 

que é a mesma coisa, uma embutida na outra,

porém estou sujeito ás condições.


Posso ser, por um tempo, assim como me conhecem,

no  entanto, é sempre um modo efêmero de existir. 

O SER é muito íntimo,

posso aprender, porém, não sou o que aprendo ou faço.

Qualquer auto-afirmação de ser é não ser.

Posso afirmar que sou santo ou pecador,

no entanto, esta afirmação está muito distante do Ser,

mesmo que os atos confirmem.


Qualquer afirmação de ser é apenas uma condição, 

um papel que represento, uma imagem 

refletida nos espelhos, um castelo de areia na praia. 


Afirmar que Não Sou,

é esvaziar-se de todas ilusões de ser,

é aproximar-se do Ser, partido da constatação que não sou 

essas muitas aparências no espelho, 

esses muitos papéis representados ao longo da vida. 

Nunes 

 


Conceito de Imparcialidade na Literatura Imparcialista

Conceito de Imparcialidade na literatura Imparcialista : Literatura brasileira