Na superfície da existência
Nas folhas secas na praça esquecida
nos cantos claros a luz do dia,
e ainda claros com a luz da lua,
entre esses personagens pelas ruas,
nesses cantores de esquinas,
no pároco da igrejinha de São Rufino,
nas ideias, nos conceitos nas crenças
tudo é olhado de um jeito tão superficial
ou com tanta superficialidade
que não se percebe as coisa integralmente.
Há tanta necessidade de olhar a superfície
quando de olhar a profundidade das coisas...
Há tanta necessidade na superfície,
há tanta precisão no olhar sobre a superfície
quando há necessidade de olhar muito mais a fundo.
Nem todos habitam na profundidade da vida,
é preciso saber estar ou subir a superfície da existência.
Temos tanta necessidade de ser profundos conhecedores das coisas
que ignoramos a superfície delas.
Nunes