Tempus fugit
A cerveja veio com muita espuma,
O mar em ressaca, a onda quebra na praia,
A espuma se desfaz e o mar continua.
O cigarro, a fumaça do cigarro...
O vento passa feito o tempo
Que dissipa a fumaça.
A alma é essa eternidade invisível
O corpo é como essa espuma na borda do copo,
Ou aquela que desaparece
Quando a onda se quebra lá na praia.
Prefiro o silêncio
A essa vida boemia,
A essa melancolia...
O tempo é um deus que cria
Seus filhos e os devora.
Fujo do tempo
Sei da eternidade da alma
E de um céu tão perto!
Carlos Ferreira Santos
J.Nunes
Carlos Ferreira Santos, o mais humano dos poetas imparcialistas, o poeta do pé no chão, literalmente, poeta da consciência de existir fixo e das asas do pensamento, que tem o corpo físico como ponto de partida e pouso. Poeta da metáfora da consciência de estrutura, da consciência de estar na terra e do prazer de desfrutar da natureza com seu cheiro, cores, sabores e humanismo. Poeta que não se dispersas em um mundo abstrato.
Carlos Ferreira Santos é o encontro da terra e do céu no homem, sem que se confundam, porém tendo a terra, o chão e o corpo físico com o ponto de partida e a consciência de existir fixo e estruturado.