
Um demônio no porão da memória
Memórias são pedaços deixados pela estrada,
é um esquartejamento abstrato da alma,
tentei me juntar para ficar um corpo
com unidade e forma, feito um Frankenstein
feito de lembranças, mas as memórias tem vida própria,
mas os meus pedaços informes são vaporosos e não de encaixam,
mas os meus pedaços possuem personalidade.
As memórias são semelhante ao balde de água limpa
que jogamos fora por causa de um inseto que caiu na água do balde,
é semelhante a um prato de comida deliciosa
que despejamos no lixo
por causa uma mosca verde que sentou na comida.
Conservo das memórias apenas a gratidão e o amor,
o resto morre pela estrada, evapora do ar feito água,
é absorvido pela terra, que igual ao tempo, tudo devora.
Eu tenho morrido tantas vezes,
e tenho que morrer tanto ainda,
conservei um pecado por capricho,
por falta de amigos, conservei amizade com um demônio
que vive nos porões de minhas memórias,
ele tem sido um amigo até hoje,
porém no meio da noite, enquanto eu dormia,
tentou me devorar;
o que ele não sabe é que nunca me enganou,
nunca perdi a consciência de que ele é um demônio,
estão a luta começou, e ele será morto.
Ele é minha grande luta,
quando ele estiver morto
meu espirito será livre com um balão de gás
que escapa de uma pedra que o prende ao chão.
Nunes