ILÍCITO
Não precisava vir mais,
Chegou muito tarde...
Me deixou esperando a juventude inteira,
Veio quando eu já tinha me conformado
Com essas ruas e essa gente perdida
Em drogas e toda forma de promiscuidade...
Veio proibido como coisa ilícita.
O amor chegou prometendo o paraíso perdido,
O sentimento romântico, belo e nobre.
Veio quando eu devia suportar
Todo o peso da vida em meus ombros.
Veio só para mostrar à felicidade perdida,
Veio exibir a beleza do amor verdadeiro.
Veio tão real, mas impalpável feito miragem.
Essa tristeza, e a dor causada
Por um amor inatingível
Me faz afundar ainda mais
Nesse viela de gente devassa,
De viciados e perdidos nos infernos da mente.
Veio prometer o que eu não posso aceitar,
Quanto mais o amor machuca
Mais eu me afundo essas ruelas.
Eu espero que esse amor
Me mostre à saída,
Me abra uma porta para que eu possa
Resgatar-me desses bares
E lugares de gente depravada, suja
E escravizada pelos desejos.
José Nunes Pereira