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GERMINAR
Nesse deserto da alma
Espero o orvalho da manhã,
Espero a chuva fina
Sobre esse chão quente
No fim de uma tarde.
Espero o nevoeiro de um dia frio,
Espero que o vento me sopre
Para a fenda daquela pedra
Para ali esperar a chuva
E poder geminar.
Nesses escombros
Nessa penumbra
Embaixo dessas ruínas
Conto com a sorte de uma gota
Escorrendo pelas pedras
E caindo da minha boca aberta
Buscando água e ar.
Não é fácil germinar
Dentro dessa fenda de uma pedra dura,
Sobre essa chão arenoso do deserto da alma.
A virtude da paciência
É flor que germina no lodo,
É a beleza nessa paisagem de morte e medo.
José Nunes Pereira