Um poema taurino
O Cavalo de Nuvem e Ar
Um touro,
Um pastor de gados
Estão as margens de um rio
Que se estende por todas as dimensões do homem,
Está ao pé da montanha que nasce na terra
E adentra os céus...
Dentro da serra há uma caverna,
Porta aberta entre a terra e os mundos infernais.
Morei no abstrato, pensava que a casa era uma ilusão,
E que cavalgava um cavalo de nuvem e ar,
Olhei uma flor, compreendi o mundo
E todas as dimensões e sentidos de uma flor.
Me foi dito que tudo era ilusão,
Por isso fugi para o plano das abstrações filosóficas...
Olhando para as coisas do mundo, olhando para a terra,
Compreendi que a palavra criou esse mundo
E a palavra se estende para todos os planos da consciência.
Com a palavra resolvi esse dilema humano,
Esse medo do mundo,
A terra que é fruto do verbo divino e humano.
Compreendi que a consciência é esse touro,
Esse pastor de gados e essa montanha, até mesmo essa caverna,
Tudo se estende a outro planos a partir dos pés na terra.
A nossa ilusão no mundo é ser engolido pelo mundo
Por faltar de compreensão que o mundo é o chão
Onde nascem as coisas e as árvores gigantescas
Que ganham os céus e outra dimensões do mundo.
É loucura fugir para a dimensão da mente
E das abstrações sem compreender
Que o rio nasce na terra e corre pelas dimensões do homem.
Aprecio essa efemeridade da flor que se deixa,
E se espalha, e se perpetua ao sopro dos ventos e das terras férteis do mundo.
É preciso está consciente no mundo que é o chão para a casa,
A estrada para o cavalo verdeiro.
J.Nunes