Vão...
Vão entre uma coisa e outra
Vão de oscilar entre isso e aquilo
Vão de ir
Vão entre suas pernas,
Vão por onde se espia segredos
Vão das coisas,
Vão de espaço,
Vão por onde se consolida o desejo e o amor.
Vão da vida
Vão de ser em vão
Vão que não existe,
Tudo é ocupado por um espírito espectral.
Eu ocupo o vão entre os átomos das paredes
Das casas assombradas por mim...
Assombrar é ser o que os outros não compreendem
Com os cinco sentidos do corpo...
Eu ocupo o vão entre suas coxas.
É preciso alma!
O poeta tem que ser doido aos olhos do senso comum
E dançar ao som invisível do universo.
Saulo Menezes Castro
J.Nunez